A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar operações envolvendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, na tarde desta quarta-feira (9), requerimento de autoria do deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) convocando o empresário Eike Batista do Grupo EBX a depor na Comissão.
O parlamentar considerou a convocação do empresário importante, uma vez que Eike Batista, através do grupo EBX, recebeu mais de R$ 10,4 bilhões.
“Precisamos investigar se mesmo com o prejuízo causado pela falência das empresas de Eike Batista, os compromissos financeiros junto ao BNDES foram honrados. Para provar isso, queremos provas concretas, como extratos e comprovantes correspondentes ao pagamento do total da dívida, deste dinheiro que é público”, argumentou Vidigal.
Além do financiamento ao empresário Eike Batista, a CPI do BNDES apura empréstimos concedidos a empreiteiras e demais empresas investigadas na Operação Lava Jato. De 2003 a junho de 2014, o banco concedeu financiamentos de R$ 2,4 bilhões a essas empresas. Também serão investigados os empréstimos para empresas frigoríficas do grupo JBS, além de empréstimos concedidos a outros países, como Angola e Cuba, cujas operações foram classificadas de secretas.
Suspeitas
Suspeitas vêm constantemente sendo levantadas em torno das operações do BNDES e de sua subsidiária BNDESPar. Alguns exemplos são: concentração no setor frigorífico e demais atos da chamada “política de campeões nacionais”; empréstimos concedidos a empresas com claras dificuldades financeiras e sem capacidade de pagamento; concessão de financiamentos a países alinhados ideologicamente com o governo, a taxas claramente abaixo das de mercado; beneficiamento de empreiteiras envolvidas em escândalos de corrupção.
Como se vê, há inúmeras razões para que a Câmara dos Deputados optarem por investigar em profundidade todas as operações do BNDES entre 2003 e 2015.