Titular da CPI do BNDES, o deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES), protocolou dois requerimentos na CPI do BNDES. Um deles solicita a prorrogação dos trabalhos da Comissão por até 60 dias, o deputado engrossa o coro dos que pedem a continuidade das investigações.
O presidente da comissão, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) e o relator José Rocha (PR-BA), já solicitaram ao presidente da Câmara que prorrogue os trabalhos da comissão por mais 30 dias. Pedido que ainda continua sem resposta. Se não for prorrogada, a CPI será encerrada na sexta-feira.
Vidigal ainda pede a convocação do atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que já esteve na comissão como convidado. O deputado justifica a convocação pelos novos fatos que surgiram, inclusive envolvendo contratos e dívida de R$ 400 milhões do pecuarista preso e amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai com o Banco.
Entre as incoerências encontradas na análise de contratos de Bumlai com o BNDES, o deputado federal aponta que a garantia inicial ofertada no contrato, que gira em torno de 1%, sendo que o Banco pede garantias de 100% a 130% do valor do financiamento. Vale lembrar que ao receber R$ 330 milhões de financiamentos do BNDES, o pecuarista José Carlos Bumlai ofertou como garantia um terreno de 84 hectares avaliados em R$ 2 milhões em outubro de 2007.
“Posteriormente esses 84 hectares foram divididos em um de 80 ha e outro de 4. Porém, no dia 16/07/2010 foi feito um aditivo sobre o primeiro contrato e o terreno de 80 hectares para a ter uma reavaliação de mais de 200 milhões, ou seja, mais de 100 vezes a avaliação original. Já em 16/3/2012, 80 ha dessa mesma área, foram avaliados em mais de R$ 435 milhões. Minha dúvida é como foi possível tomar dois empréstimos de valores tão elevados com uma garantia avaliada inicialmente em, apenas R$ 2 milhões? A valorização espetacular em mais de 200 vezes também é um fato digno de estudo”, afirmou o pedetista.
Documentos atrasados
O atraso do envio dos documentos solicitados pelos deputados ao Tribunal de Contas de União (TCU) e ao BNDES contribuem para que os trabalhos sejam confirmados, afirma o deputado Sergio Vidigal.
“Os documentos e contratos solicitados não foram entregues no prazo determinado pela CPI. Por isso, é mais que necessário que tenhamos mais tempo para analisar os documentos. Por se tratar de um conteúdo específico e complexo, pedimos a prorrogação dos trabalhos”, finalizou o deputado capixaba.