Durante Comissão Geral que discutia o PL 5.587, que versa sobre o uso de aplicativos para transporte particular de passageiros, o deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) saiu em defesa dos taxistas em seu discurso. Ao mesmo tempo, o capixaba não descarta uma atenção às inovações tecnológicas.
“O progresso é inevitável e não devemos lutar contra ele. Hoje em dia, os aplicativos, a internet e os smartphones que promovem um tipo de revolução no jeito de trabalhar e na forma como clientes e prestadores de serviço se relacionam. Isso me parece ser um progresso inevitável. Temos de nos adaptar e usar essas novas ferramentas a nosso favor, para a melhoria das nossas condições de trabalho e das nossas condições de vida. Mas isso não quer dizer que qualquer novidade tenha o direito de passar por cima dos trabalhadores”, comentou Vidigal.
Na visão do pedetista, os tempos atuais permitem um amplo diálogo entre legisladores, a sociedade organizada e os trabalhadores para que, juntos, permitam que as mudanças nas formas de se fazer negócios e nas formas de se trabalhar evoluam de uma maneira positiva, da forma como propões o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.
O capixaba destacou que o uso de aplicativos que permitem a aproximação entre prestadores de serviço e clientes, ao mesmo tempo em que dão ao cliente um maior controle sobre o serviço prestado, é “certamente um avanço”. “As pessoas querem cada vez mais que as coisas estejam ao alcance de seus dedos e que suas demandas sejam atendidas rapidamente. Querem, ainda, que o mundo real e o mundo virtual estejam misturados. Não basta viajar de um ponto a outro, é necessário acompanhar isso num mapa interativo”, comentou. Vidigal acrescentou ainda que um novo tipo de cliente, mais conectado, precisa de um novo tipo de serviço, que também seja mais conectado. “Por isso precisamos de mais aplicativos, de mais alternativas para que nossos trabalhadores, nossos taxistas, possam se conectar a esse novo tipo de cliente e possam se adequar a esse novo formato da economia”, completou.
Exemplificando a evolução também no mundo dos táxis, Vidigal lembrou do aplicativo que a categoria nacional pretende implantar para funcionar até o final do ano, em dezembro. “No aplicativo ‘Táxi Legal’ o taxista irá oferecer em média 30% de desconto. Teremos ainda avaliação do usuário num programa de indicação numa espécie de fidelização, onde o usuário satisfeito, pode indicar amigos e familiares e receber bonificação pelas viagens que parentes e amigos indicados realizarem”, contou.
No aplicativo será obrigatório o aceite de pagamento por meio eletrônico como cartões de débito e crédito a fim de competir e se adequar à realidade do mercado. O aplicativo terá um baixo custo ao taxista de R$ 7 a R$ 10 de mensalidade. Por ter sido desenvolvido pela Associação de Assistência ao Motorista de Táxis do Brasil (AAMOTAB), não há especulação de se obter lucros em cima dos trabalhadores e será uma excelente ferramenta no combate ao transporte clandestino.
“Quando a concorrência vem como um incentivo à melhoria, vem para nos tirar do marasmo, ela tem a benéfica consequência de nos fazer progredir. Mas quando ela vem como uma onda avassaladora que nos afoga, não nos deixa respirar, temos de tomar cuidado com ela”, finalizou Vidigal.