O município de Santa Teresa (ES) está mais próximo de ser reconhecido, nacionalmente, como porta de entrada dos imigrantes italianos em solo brasileiro. O reconhecimento, fruto do projeto de lei de autoria do deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES), deu mais um passo no último sábado (8), com a realização de audiência pública, na Câmara de Vereadores de Santa Teresa.
O evento, que contou com a presença de lideranças locais e estaduais, representantes de movimentos culturais, foi presidido pelo primeiro presidente do “Círcolo Trentino de Santa Teresa” – entidade cultural sem fins lucrativos, fundada em 28 de julho de 1987 – e morador tradicional da cidade, Antônio Ângelo Zurlo. Em seu pronunciamento de abertura dos trabalhos, Zurlo, em italiano, agradeceu Vidigal pela iniciativa. “Agradeço a iniciativa do deputado em reconhecer o município de Santa Teresa como pioneiro da imigração italiana no Brasil. Foi e realmente é a primeira comunidade de italianos fundada no Brasil”, disse ele.
O coral do Círcolo Trentino do município também participou da abertura dos trabalhos com apresentação de duas canções, mostrando a representatividade da cultura italiana na região.
O Projeto de Lei 843/2015, de autoria do pedetista, Institui no Calendário Oficial Brasileiro o dia 26 de junho como a data do reconhecimento do município de Santa Teresa no estado do Espírito Santo como pioneiro da Imigração Italiana no Brasil.
Em sua fala durante o evento, Vidigal agradeceu o envolvimento da comunidade. “Santa Teresa é reconhecida como a primeira cidade formada por imigrantes italianos do Brasil e, por isso, se tornou um celeiro cultural e histórico europeu. Para que esse processo tenha êxito tramitando em Brasília, era necessário ouvir os moradores da região para abonar nossa iniciativa na Câmara.”
Ainda em seu discurso, o parlamentar contou que tem motivos para se honrar em propor o reconhecimento ao município. “Me sinto muito honrado de ter apresentado esse projeto e de ter imigração italiana no Brasil, no Espírito Santo, iniciando em Santa Teresa. Minha avó era descendente de italiano. Agora Deus me permite reconstruir a história de meus familiares”, disse.
Durante o evento, a proposta foi defendida também, pelo diretor geral do Arquivo Público do Espírito Santo, Agostino Lázzaro. “Tudo o que falamos, temos como comprovar. E se defendemos essa proposta, é por termos como comprovar, temos tudo isso documentado no Arquivo Público do Espírito Santo”, justificou.
Antes de encerrar a audiência pública, os presentes se manifestaram, à unanimidade, pela aprovação do projeto que permanece tramitando no Congresso Nacional.
O autor da proposta acredita que, por não se tratar de matéria polêmica, que “até o fim deste ano o projete deve ser sancionado pela presidente” Dilma Rousseff. “Temos que fazer justiça com Santa Teresa e com o Espírito Santo. Só tenho duas palavras aos imigrantes italianos: muito obrigado”, finalizou Vidigal.
