Hospitais deverão orientar pais sobre doenças raras não detectáveis pelo teste do pezinho

Hospitais deverão orientar pais sobre doenças raras não detectáveis pelo teste do pezinho

Destaque Imprensa Política Proposição Legislativa Saúde

O deputado federal Sergio Vidigal apresentou o Projeto de Lei 4202/20, que obriga hospitais, maternidades e todos os estabelecimentos de saúde deverão orientar os pais sobre doenças raras.

De acordo com a proposta, isso será possível quando os pais forem informados, no momento do procedimento, sobre as principais doenças não detectáveis no exame e sobre a existência de versões do teste com melhor cobertura para detectar doenças raras.

Vidigal, que é médico, comenta que apesar de existirem ações para chamar a atenção dos pais e profissionais de saúde sobre a importância do exame, muitos responsáveis ainda não levam seus filhos para se submeter ao teste porque desconhecem de sua importância.

“O teste do pezinho é primordial para identificar problemas de saúde futuros e garantir que o recém-nascido tenha todo o tratamento necessário para uma vida saudável”, disse.

Ocorre também que, mesmo entre os responsáveis que o fazem, a maioria não sabe para que serve, como não sabem da existência de versões mais completas, disponíveis na rede privada, capazes de identificar entre 10 a 53 outras doenças. Alguns hospitais públicos dispõem do teste do pezinho ampliado.

Prevenção

De acordo com o Ministério, quanto maior a consciência dos pais, mais cedo as doenças são identificadas e tratadas e maior a possibilidade de evitar sequelas nas crianças, como deficiência mental, microcefalia, convulsões, comportamento autista, fibrosamento do pulmão, crises epiléticas, entre outras complicações e até a morte.

“Então, é preciso, desde o pré-natal, conscientizar aos pais que o teste salva vidas”, defendeu o parlamentar que também é presidente da Subcomissão Especial das Doenças Raras.

A pasta da saúde também informa que as doenças raras são rastreadas pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal (o teste do pezinho). Obrigatório por lei, o exame realizado no SUS consegue identificar seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita.

Doenças raras

Doenças Raras são doenças com incidência de cinco casos para cada grupo de dez mil habitantes. Cerca de 80% delas são de origem genética, o restante engloba tipos raros de tumor ou alterações imunológicas e reumatológicas.

Cerca de 13 milhões de brasileiros sofrem de alguma doença rara. No mundo, esse número chega a 560 milhões de pessoas, segundo pesquisa  da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).