Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 10.663/2018, do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES). A matéria dispõe sobre a proibição do uso de gorduras trans na fabricação alimentos.
Atualmente, a proposta está na Comissão de Seguridade Social e Família.
Segundo Sérgio Vidigal, o consumo desse tipo de gordura está associado a um risco elevado de várias causas de morte. São elas cardiovascular, obesidade e hipertensão. Além disso, aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
“Muitos estudos confirmam a associação entre a ingestão de dietas ricas em gorduras trans e a alteração nas taxas plasmáticas do LDL e HDL colesterol. Pois esse tipo de gordura aumenta o colesterol “ruim” e diminui o chamado “bom” colesterol”, disse.
O Governo Federal deverá apoiar e incentivar estudos e pesquisas destinados à substituição segura do nutriente. Portanto, esse deverá ser substituído por outros tipos de gorduras na fabricação de alimentos.
“É possível a substituição da gordura trans por outros tipos de gordura, com manutenção da qualidade e sabor. Assim, vários fabricantes mundiais vêm fazendo essa mudança”, defendeu.
Também fica estabelecido que as indústrias alimentícias terão dois anos para se adaptarem às determinações do projeto.
Benefícios à saúde
Um estudo publicado pela revista médica americana “Jama Cardiology” mostrou alguns dados. Entre 2007 e 2011, com a proibição desse componente, houve uma redução de 6,2% nas internações hospitalares. As principais causas eram ataques cardíacos e derrames.
De acordo com a Associação Brasileira de Nutrologia, “o organismo não tem capacidade de metabolizar esse tipo de gordura. Porque elas ficam depositadas nos vasos sanguíneos e favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares”.
Exemplos de outros países
Em 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu a exclusão da ingestão de gordura trans industrial. E, em 2009 a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou um relatório. Este revelou que a gordura trans é avaliada como a pior dentre todas as gorduras.
Alguns países já agiram para restringir ou proibir a gordura trans. Entre eles, a Dinamarca, Suíça, Canadá e Reino Unido. Desde abril de 2018 está proibida a utilização dessa gordura em produtos vendidos nos Estados Unidos. A Tailândia deve proibir seu uso ainda esse ano.
A Dinamarca foi o primeiro país a proibir a gordura trans em produtos alimentícios. De acordo com um estudo publicado no The American Journal of Preventive Medicine, a mudança ajudou a salvar 14,2 vidas por 100.
