O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES) acredita que os valores éticos e morais são fundamentais na construção de uma escola melhor, de forma a acabar com a violência, evasão escolar, entre outros problemas enfrentados hoje pela instituição. Para isto, propôs a audiência pública com o tema “Educação para a formação de Ética e Valores”, na Comissão de Educação, da Câmara dos Deputados.
O objetivo da audiência é ampliar o debate sobre valores éticos entre pais, professores e alunos, desde a educação infantil. “É importante refletirmos sobre a necessidade e os limites da escola se apresentar também como espaço de formação moral e ética, como lugar da apresentação de princípios. A escola não é lugar para violência”, comentou Vidigal.
No encontro, estiveram presentes a representante do Ministério da Educação e Cultura, Sandra Zita Silva Tine, o professor e representante do Instituto de Educação em Valores Humanos, Gonçalo Vicente Medeiros, e a presidente da Comissão de Nível Superior (Fenep), Amábile Aparecida Pacios.
Serra foi exemplo entre 2009 e 2012
O professor de Filosofia, Vicente Medeiros, destacou a experiência exitosa na Serra (ES) entre 2009 e 2012, durante a gestão Vidigal, com o projeto “Educação em Valores Humanos” com objetivo de cuidar dos cidadãos além das disciplinas científicas, ainda na infância.
A nova metodologia de ensino propunha, em paralelo às questões técnicas, o ensino de valores como respeito, dignidade, perdão e afeto. O projeto, na época, foi apresentado pelo próprio Gonçalo. “Daí em diante, a escola passou a integrar a família”, comentou o acadêmico.
Na Serra, o “Programa Valores Humanos” havia sido proposto, em formato piloto, em três unidades: a Escola de Ensino Fundamental (EMEF) Julite Miranda Freitas, em Nova Almeida, a EMEF Jacaraípe, no bairro de mesmo nome e o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Maria José do Nascimento, em São Domingos. No total, cerca de 1,7 mil alunos tiveram contato com essa nova filosofia de aprendizagem.
Violência
Infelizmente, as estatísticas refletem a falta desse tipo de debate nas escolas. O Brasil é o primeiro no ranking de violência contra professores. É o que mostra uma pesquisa global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos).O levantamento é o mais importante do tipo e considera dados de 2013. Uma nova pesquisa está em andamento e os resultados devem ser divulgados apenas em 2019.