Sergio Vidigal vota contra projeto de Reforma Trabalhista. A Comissão Especial que analisa o projeto de lei 6787/16 aprovou nesta terça-feira, 25 de abril, o parecer do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) sobre o texto que estabelece a prevalência dos acordos coletivos em relação às leis de trabalho. A matéria vai para o plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (26).
Durante a defesa do voto contra o projeto nesta quarta-feira na Comissão, Vidigal ressaltou que é fundamental que o voto seja por convicção.
“Inicialmente, os três pilares que se propõe a reforma, primeiro que iria reaquecer a economia, segundo que iria reduzir ações trabalhistas trazendo segurança jurídica, e o terceiro que iria gerar mais emprego para a população. Isso não é verdade”, afirmou.
O pedetista convidou os parlamentares a fazer uma reflexão. “Em 2009 chegamos a sexta economia do mundo e a legislação trabalhista era essa, e a previdenciária também. Chegamos ao pleno emprego sem retirar direitos”.
Sergio Vidigal ainda questionou a falta de discussão do projeto com os trabalhadores.
“O verdadeiro interessado na reforma trabalhista, que é o trabalhador brasileiro, não participou dessa discussão como deveria. Nós entendemos que tanto o trabalhador quanto o empregador são vítimas desse sistema. O que fez a economia cair da sexta economia e chegar em 2014 como a nona economia, foi a retração da economia do país e desvalorização do real”.
Responsabilidade
Sergio Vidigal explica que a culpa da crise em que o país se encontra são daqueles que não tiveram a responsabilidade de fazer um governo sem planejamento, sem transparência de aplicabilidade dos recursos públicos.
“Ninguém disse que um dos culpados pela crise que o país vive hoje foi a corrupção que foi instalada neste país. E não vou dizer se é partido A ou B, todos os partidos de grande porte do país estão envolvidos nessa lista chamada lista da Odebrecht”.
Vidigal afirmou que o que o projeto que está sendo discutido é o futuro do trabalhador brasileiro.
“Estamos vendendo a expectativa de que isso vai mudar o país. Já vendemos muitas vezes a expectativa de essas reformas vão mudar o país. Não temos convicção disso. Eu estou aqui pelo voto popular como todos aqui, não sou empresário nem funcionário da CLT, mas eu já fui, e tenho plena convicção de que essa corda sempre estoura para o lado menor”.
Arma contra o trabalhador
O deputado Sergio Vidigal explicou que hoje o parlamento está com uma arma nas mãos.
“A situação é como se o trabalhador tivesse andando na rua, vem um delinquente em cima dele, aponta uma arma e diz: ou a carteira ou a vida. Ele vai dar a carteira. O que vai acontecer com o trabalhador brasileiro após aprovar essa reforma é isso. Com desemprego e a precarização, o trabalhador vai preferir ficar empregado a passar fome”.
Durante sua fala, o pedetista voltou a afirmar que o problema desse país é carga tributária alta, a falta de investimento de infraestrutura, falta de investimentos em capacitação do trabalhador.
“Se nós queremos o trabalhador produzindo mais, aumentar a carga horária não é o caminho. Temos que aumentar é a capacitação, desta forma ele vai produzir mais trabalhando menos. E nós precisamos ter essa visão no futuro desse país”.
Vidigal concluiu seu pronunciamento dizendo que o projeto aprovado pretende amordaçar o Tribunal de Justiça. “Esse projeto é um tiro no pé, vamos esperar dia 28 de abril e dia 1º de maio quando o trabalhador vai se manifestar contrário a esse projeto. Reafirmo o meu compromisso de votar contra todas essas propostas que retiram direitos do trabalhador”.