O presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, e o presidente do conselho de administração da empresa, Marcelo Gasparino da Silva, estiveram na CPI do BNDES para prestar esclarecimentos sobre a modernização da planta de Cubatão, em São Paulo. Em resposta a uma pergunta do deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES), o presidente da Usiminas anunciou que a empresa passará a comprar placas de aço no mercado interno e externo.
O pedetista lembrou que no Espírito Santo a siderúrgica Arcellor Mittal, enfrentou a crise de 2008 e 2009 desativando alguns alto-fornos. Na época, a empresa figurava entre as maiores exportadoras de placas de aço do mundo. “Para sair da crise ao invés de exportar a Arcellor começou a importar placas de aço. Existe possibilidade da Usiminas utilizar passar a importar placas?”, questionou.
O presidente da Usiminas esclareceu que “na realidade quando nós estamos parando de produzir o aço líquido para abastecer os nossos laminadores, precisaremos de suprimento de placas”. Ele afirmou que a Usiminas buscará placas de aço no mercado interno e externo o que for mais vantajoso para a empresa.
O setor siderúrgico recebeu do BNDES, de 2007 a 2010, cerca de R$ 19,5 bilhões para financiar programas de infraestrutura. A Usiminas obteve em 2011 cerca de R$ 2,4 bilhões do BNDES para serem usados até 2016 na modernização da planta de Cubatão.
“Parece que não faltaram recursos para o setor siderúrgico se modernizar. O que aconteceu com o setor que não conseguiu se tornar competitivo em nível mundial?”, questionou Vidigal.
A este questionamento, Rômel Erwin de Souza afirmou que do crédito de R$ 2 bilhões disponibilizado, foram utilizados apenas R$ 374 milhões.
“Na realidade, a perda de competitividade não foi por falta de investimento, todos os nossos negócios são pautados para atender mercado interno. Só que ele deixou de existir e no externo os preços despencaram com a pressão da China. Não é questão tecnológica é uma questão mercadológica”, completou o presidente da Usiminas.
Demissões
O presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, e o presidente do conselho de administração da empresa, Marcelo Gasparino da Silva, disseram há pouco, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, que a metalúrgica está sendo obrigada a demitir 4 mil trabalhadores na unidade de Cubatão (SP) para preservar outros 16 mil empregos gerados pela companhia.
Para finalizar, o deputado Sergio Vidigal questionou se o motivo das demissões seria o alto custo de produção. O presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza esclareceu que não é questão de custo alto e sim de negócios ruins.