Vidigal destaca mortes no trânsito em discurso na Câmara

Atuação Imprensa

Durante discurso realizado ontem (7), em plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) abordou a violência no trânsito que tem vitimizado muitos jovens em nosso país. Esta semana, os maiores jornais do Espírito Santo, A Gazeta e A Tribuna, tiveram como manchete as mortes causadas por acidentes nas estradas. Na oportunidade, Vidigal mostrou a manchete de ambos os jornais em plenário.

Vidigal explica que o grande desafio deste País é reduzir as mortes causadas pelo trânsito, causadas por imprudência. “Acidente significa um ato inevitável e imprevisto. Só que os acidentes deste País não são nem inevitáveis, nem imprevistos. Em sua grande maioria, eles acontecem por imprudência”.

O País hoje tem mais de 50 mil mortes por ano no trânsito. Temos mais de 160 mil pessoas internadas por consequência de acidentes no trânsito, de um total de mais de 700 mil pessoas que sofrem acidentes de trânsito por ano no Brasil.

“Infelizmente, observamos que o Brasil gasta quase 60 bilhões de reais por ano com os acidentes de trânsito, mas o País não tem recurso para poder investir na educação integral”.

O deputado ressaltou que com a redução da maioridade penal, a Associação Nacional dos Detrans (AND) já teme o crescimento do número de acidentes. Uma projeção feita pela AND com base nos números do IBGE mostra que, se aprovada a redução, o número de potenciais motoristas no Brasil, com 16 e 17 anos, deve chegar 6.865.101 ainda em 2015. Assim, o país somaria cerca de 67 milhões de condutores, 11% mais que a quantidade atual.

“É bom lembrar que, hoje, a maior causa mortis de jovens entre 18 e 29 anos são os acidente de trânsito. Ao se tornarem imputáveis, todos os menores de 16 e 17 anos vão querer tirar carteira. Temos hoje 67 milhões de motoristas habilitados. Com mais 6 milhões e 700 mil novos motoristas habilitados caso a redução seja aprovada, o risco é muito maior”.

Vidigal pontua que no Brasil o problema do Brasil, não é a falta de leis e sim a ausência de fiscalização para que sejam cumpridas. “Nos hospitais de trauma no Brasil, quase 68% dos leitos estão ocupados com acidentes de trânsito. Não faltam leis, pelo contrário, nossas leis de trânsito no Brasil são modernas e condizem com os países de primeiro mundo. Mas o problema do Brasil é que, não tendo educação, não se cumpre a legislação”.

Durante o discurso, o deputado afirmou que o parlamento trabalha na contramão, referindo-se à aprovação da maioridade penal. “Ao invés de investir na educação, estamos querendo combater o crime, criando leis que não terão finalidade nenhuma”.

Para finalizar a fala no plenário da Câmara dos Deputados, Vidigal ressaltou que na semana passada, a Casa votou a redução da maioridade penal com o argumento de que a população queria que se reduzisse a maioridade penal.

“Mas o que vemos hoje é que, 74% da população é contra o financiamento privado de campanha. Eu queria fazer um apelo aos parlamentares para que, nesta oportunidade, faça valer o desejo da população que pede que sejam vedados recursos privados de empresas para a campanha eleitoral”, afirmou o deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES).