Vidigal sabatina presidente do BDNES, Luciano Coutinho, em CPI

Atuação Imprensa

Único capixaba membro da CPI do BNDES, o deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) questionou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Luciano Coutinho,  sobre a diferença das taxas de juros cobradas no Brasil na comparação com o exterior. O presidente da instituição esteve na reunião da última quinta-feira (27), da CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados.

“No Programa de Investimento em Logística (PIL), o financiamento do BDNES vai ocorrer com taxas acima de 6% ao ano. Enquanto isso, para financiamento de obras de infraestrutura em países como Cuba e Angola, as taxas praticadas giram em torno de 4%. O que justifica a prática de taxas de juros menores no exterior do que no Brasil, quais as vantagens reais para o nosso país?”, questionou Vidigal.

O deputado Sergio Vidigal complementou a fala dizendo que esta prática não tem lógica, uma vez que prejudica o desenvolvimento do país.

“É igual você pegar cheque especial e querer emprestar dinheiro mais barato para o seu amigo. Entendo que tal prática mais trás mais prejuízos do que benefícios para o nosso país, uma vez que estamos financiando a competitividade de outros países que, no futuro, serão nossos concorrentes no quesito competitividade”.

Na oportunidade, Coutinho explicou que as taxas de juros do exterior são calculadas em moeda estrangeira e que, por isso, são mais baixas que as praticadas no Brasil. “Porém, a queda da inflação esperada para o ano que vem, vai possibilitar que os financiamentos dentro do nosso país tenham taxas menores”.

Questionado sobre as empresas investigadas pela operação Lava jato, o presidente do Banco de Desenvolvimento respondeu que não tem exposição direta a nenhuma empreiteira, pois os financiamentos são dados a Sociedades de Propósito Específico (SPEs). “Não há crédito direto do banco para empreiteira A, B ou C”, afirmou Luciano Coutinho.