Vítima de acidente vai pedir mais segurança na BR 101 na segunda (19)

Atuação Imprensa

Rodrigo Riani, de 25 anos, morador de Parque Residencial Mestre Álvaro, na Serra, por pouco não teve sua vida levada por um acidente na BR 101 em 2003. Na próxima segunda-feira (19), Riani, o deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), a sociedade civil e técnicos dos governos estadual e federal poderão debater os motivos de tantos acidentes na BR e formas de reduzir essa triste realidade.

“Em 2003, quando ia para a escola sofri esse acidente. Não lembro de nada. Tudo que sei foi o que me contaram. Que eu atravessava a rodovia correndo para não perder o ônibus que fazia a linha 591 quando estava indo para a escola. Ao atravessar a BR, na região de Barro Branco, um carro me atingiu. Fiquei em coma por nove dias e nove noites. Eu praticamente ressuscitei”, contou Riani.

A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados irá, no próximo dia 19 de outubro, promover uma mesa redonda no município da Serra para debater causas e formas de prevenir os acidentes ocorridos na BR 101. O requerimento é de autoria do deputado federal Sergio Vidigal.

Dados divulgados recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que o trecho entre o quilômetro 260 e 270 da BR 101 no Espírito Santo é o trecho mais perigoso do país, estando localizado no município da Região Metropolitana. “Temos que nos debruçar em uma mesa redonda, in loco, para debater essa triste realidade. Precisamos verificar os motivos de termos esses números negativos e chegar a possíveis soluções para reverter esse cenário”, justificou Vidigal.

O evento, que será na próxima segunda-feira (19), na Câmara Municipal da Serra, às 9h30, contará com a presença de representantes da Federação das Associações de Moradores da Serra (FAMS), do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) do Espírito Santo.

Rodrigo Riani, por conviver com a BR diariamente e já ter sofrido acidente na via, acredita que a instalação de passarelas sobre a rodovia amenizaria os acidentes. “Eu gostaria muito que tivéssemos mais passarelas mas, infelizmente, as pessoas não tem educação para usar a passarela. Muitos vão passar por baixo, se arriscando. Sabemos que uma BR não deveria ter o fluxo interrompido, mas acho que somente mais semáforos, faixas de pedestre e redutores de velocidade reduziriam esses números tristes”, comentou o jovem.

Violência
Por ano, 43 mil pessoas morrem vítimas de acidentes automotivos. Deste total, 20% são em rodovias federais brasileiras que, juntas, somam 71 mil quilômetros.

Somente em 2014, as PRF registrou 169.163 acidentes com 8.227 mortes e mais de 100 mil feridos. Somente no Espírito Santo, em 7.800 acidentes, 278 pessoas morreram em 818,1 km de rodovias federais.

O governo federal gastou, no último ano, mais de R$ 12 bilhões com acidentes automotivos. Cada acidente custa, em média, R$ 72,7 mil aos cofres públicos. Quando há vítima fatal, este valor sobe para R$ 646,7 mil, em média.

A BR 101 tem, no total, 4.772 km de extensão e atravessa 12 estados do
Sul, Sudeste e Nordeste pela região litorânea. Segundo dados apresentados pelo IPEA, o município da Serra lidera como o trecho mais perigoso do Brasil. O trecho dentro da cidade que registra esses altos números é o que fica entre o Pavilhão de Carapina e o bairro Nova Carapina, no quilômetro 260 e 270 da BR 101. Em 2014, foram registrados 877 acidentes, destes: 11 mortos, 126 acidentes graves.

Serviço:
Evento: Mesa redonda para debater a violência na BR-101
Data: 19 de outubro de 2015
Local: Câmara Municipal da Serra/ES
Horário: 9h30